Créditos: Revista Exame
(Postada em 16/03/2021)
Em entrevista à EXAME, Bruno Vivanco falou sobre a necessidade de revisão do Plano Diretor e dos efeitos da pandemia no mercado imobiliário
Os juros baixos, a abundância de crédito e a retomada das atividades econômicas fizeram com que o mercado imobiliário fosse um dos primeiros a dar sinais de recuperação durante a pandemia. O Índice de Confiança da Construção, que mede a confiança do empresariado, fechou em 87,7 pontos no terceiro trimestre, acima dos 70 pontos do segundo trimestre. Os consumidores também estão mais animados. Segundo a pesquisa Raio-X FipeZap, a proporção de respondentes que declararam ter intenção de adquirir imóveis nos próximos três meses passou de 43%, no segundo trimestre, para 48%, no terceiro – um recorde na série histórica da pesquisa iniciada em 2014.
Os números positivos se refletiram nos resultados da Holding Brasil Brokers, da qual a Abyara é a principal empresa no mercado primário. Considerada um dos maiores grupos de intermediação e consultoria imobiliária do país, a empresa registrou uma receita bruta de 33,7 milhões de reais entre julho e setembro, uma alta de 45% em relação ao trimestre anterior. No mesmo período, o número de unidades lançadas foi 79% superior, assim com o Valor Geral de Vendas, que cresceu 142% em relação ao período de abril a junho, ficando em linha com o mesmo período de 2019. “A pandemia foi um choque. O Brasil ficou 40, 50, 60 dias sem saber muito bem o que iria acontecer, os estandes fecharam e nós tivemos de intensificar o uso das ferramentas digitais que já faziam parte do nosso dia a dia”, lembra Bruno Vivanco, presidente da Abyara Brokers.
Um novo olhar para a moradia
O executivo, que está na Abyara desde sua fundação em 1995, passou por diversos cargos até chegar ao de vice-presidente, onde permaneceu nos últimos oito anos até assumir, em setembro deste ano, o posto de presidente da empresa. Ele conta que, ao longo de sua trajetória, acompanhou de perto o processo de digitalização da empresa, acelerado com a chegada da pandemia. “A assinatura digital já era uma realidade para quem comprava imóveis para investimento. Por isso, já tínhamos uma estrutura preparada”, afirma Vivanco. “Hoje, mais de 80% dos contratos já são assinados digitalmente.”
Segundo ele, a pandemia também mudou a forma de enxergar a moradia – e abriu portas para a busca de imóveis em cidades próximas à capital. “As pessoas começaram a procurar plantas mais inteligentes e com um espaço para home office”, diz o executivo. “Muitos também perceberam que podem ter um apartamento pequeno em São Paulo e uma casa nos arredores, o que fez explodir a procura por casas em condomínio nos municípios próximos à região metropolitana de São Paulo, e na capital valorizaram-se as unidades garden e coberturas.”
Déficit habitacional
O executivo também chama a atenção para a resiliência de programas como o Casa Verde e Amarela, um mercado que, de acordo com ele, “ficou incólume à crise”, especialmente por causa do déficit habitacional, que, segundo a Secretaria de Estado da Habitação de São Paulo, demandaria a construção de mais de 4 milhões de moradias.
Ao novo prefeito de São Paulo que assumir o cargo depois das eleições do segundo turno, Vivanco faria dois pedidos. O primeiro deles é uma revisão do Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, em vigor desde meados de 2014. “O plano tem boas intenções e trouxe boas ideias, mas precisa de ajustes”, diz o executivo. “Não faz sentido, por exemplo, que os prédios tenham um limite de gabarito [andares] tão baixo em uma cidade como São Paulo.” Vivanco defende que a mudança permitiria “uma cidade mais permeável, ensolarada e com melhor circulação de ar”.
Outro ponto importante na visão de Vivanco é a retomada das Operações Urbanas, que estabelecem regras urbanísticas e incentivos ao adensamento populacional e construtivo para determinada área da cidade. Destravar as Operações Urbanas é uma alternativa que o prefeito tem para fomentar emprego, distribuir renda e colher impostos que podem ser revertidos não só para a melhoria da região como também para a saúde e a educação”. Diante do entusiasmo do setor e da possibilidade de revisão desses pontos, Vivanco se mostra otimista. “Tudo indica que o mercado imobiliário terá um ciclo virtuoso importante.”
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